domingo, 18 de maio de 2014

Quero-te




Neste momento, está uma noite mais clara do que o próprio dia. Faz tanto calor. Está uma plena noite estrelada, bem confortável, de bem estar, de grandes esperanças. Só faltava ser uma noite de sonhos, realizados queria eu dizer, pois uma noite de sonhos são todas aquelas que estão por dentro desta minha fase, todas aquelas em que me deito na cama e perco-me nos momentos mágicos frutos da minha apaixonada imaginação. Enquanto que antes me perdia no desespero do isolamento, hoje sinto-me feliz a planear a dois. Faz-me mais forte. Faz-me alguém. Faz-me sentir alguém pertencer a alguém, querer pertencer a alguém que eu quero que me pertença. 
Hoje pertenço-te, amanhã pertenço-te, e no futuro te pertencerei. O que está por trás desta corrente de ar inspiradora? Consigo sentir já a tua mão sobre a minha. Os nossos corpos ocupar um só espaço, sobre a areia molhada daquele mar mais belo e a respirar aquela corrente cheia de amor. Consigo já sentir o peso de uma vida, que é tão maravilhoso quanto as fugidas da adolescência. Não quero perder-me nesta cidade, quero ruas sem fim, quero raios de sol e chuvas intensas, quero natureza, quero realidade, mas não quero ir embora. É aqui que eu quero ficar, aqui dentro de ti. 

Quero amar, amar sem fim. 
Quero mergulhar em ti todas as noites.
Quero acordar com a tua voz, adormecer com o teu toque. 
Quero chorar de esforço por ti.
Quero voar ao teu lado.
Quero sentir sempre o prazer de ser teu.  
Quero-te meu amor.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Incompleto Viver



Dava origem ao tom mais elevado da sua voz, mesmo em pleno silêncio. Honestamente, por mais longe que estivesse o mundo nunca deixaria de ser apenas deles os dois. Gritaria tanto, até que pudessem ouvir o vazio do seu coração, as palavras que jamais poderão ser vistas. Num canto escuro, em companhia da honesta paixão, sentia-se massacrado pela pressão da água que terá sempre de engolir. Nos momentos em que se encontrava sentado nos pontos calmos, e de surdez para com o mundo, só havia um jeito de imaginar, senti-la da mesma forma que ela o sentia. Viu-se todos os dias a mudar, a tentar mudar, até que fosse possível atingir a simplicidade e a pureza que fizesse merece-la de verdade. Queria saber colorir a alma, deixar a pessoa morta que era, por ele, por ela. No entanto, não passava de um desastre em pessoa dentro de uma divisão de azar., onde já foi derrotado pelas sombras dos pássaros que contariam juntos se pudessem. Terminou por ali o seu capítulo, em sua mente pelo menos, naquela casa de melancolia inevitável.  Desejava sair para combater meio mundo, e viver de outro, ou se calhar ficar só pela praia, sobre a areia da solidão e a nunca demais água do mar. Na verdade, não tencionava desaparecer do mundo, e até ao momento não o fez. Não tem esse como objectivo de vida. A sua marca está lá, para ficar talvez, embora recente no mundo real dos amantes, mas já tem algo que talvez ficará. Seja dor, seja amor,  algumas existentes do puzzle incompleto, pelo menos isso marcou. Neste mundo, onde já não mais se entende, já não mais consegue se situar, no tempo, no espaço, no momento. Provavelmente, onde só a paixão de ambos comunica, onde só essa é capaz de entender. Se calhar, apenas desse jeito se compreendem e saem na espera pela glória, mesmo depois de um tempo desastroso que se fazia e faz sentir. Que essa espera pela glória dure 1 mês, 5 meses, 1 ano, 3 anos, que seja, como tanto conhecida é a expressão " Se for verdadeiro vai valer a pena esperar cada segundo, minuto, hora, semanas, meses, e até anos.". Ele acreditava e acredita, tanto quanto o medo que tinha e tem de se perder pela esperança. Mesmo que um dia o deixassem de ouvir, continuaria a gritar o seu nome bem alto, de forma a que todo mundo pudesse voltar sempre a sentir aquele  incompleto viver. Se eventualmente a escolha de ir embora e de viajar pertence-se à sua considerada inspiração, pois bem, aí ele garantia que iria olhar nas estrelas e encontra-la, por todo lado a encher o céu. Relembraria de tudo um pouco daquilo que lhes pertence-se, e apoiaria-se no que com tanto dele ficou, que foi ela, a sua única estrela. As noites ficaram longas, longas conforme o frio que sentia, até que congelava. Tal aperto que era capaz de retirar toda força dele, que o degradava na prisão das saudades de senti-la em seus braços. Não terá mais para onde ir, na sua forma de pensar perdeu o que o preenchia, ou melhor dizendo, o que lhe enchia o coração. Saiu de novo em mente, à procura de mil e uma maneiras de, neste frio e silêncio, encontrar um pouco dele perdido no desconforto de adormecer sem o que lhe fazia viver. Esta rua parecia não terminar, e deu sempre de volta a sentir-se como uma pessoa morta a procurar pontos de motivação
 e de força. Nada mais o descrevia para além de uma alma cheia de escuridão, cheia de danos resultantes de todos os impactos da vida. Umas vezes motivado, outras destruído e incapaz. 

Ocultos Pensamentos


Viver é um doentio fingimento.
Nós pessoas, não vivemos daquilo que sentimos. Não permitimos também que o próximo viva do que sente. Acho que de um modo geral, a sociedade não é levada com a naturalidade que a vida exige. Os pensamentos surgem mais quando nos encontramos sós, é verdade, mas mesmo quando surgem em momentos de convívio, não são partilhados de mente para mentes. Acho que sofremos um pouco mais por isso, mesmo que seja um modo de vida opcional. Abafamos o coração, e com isso ele fica muito mais sensível do que já é por natureza, talvez seja esse o grande motivo de tais revoltas de sua parte, todas as noites.
Quanto mais tempo tenho para me adaptar de novo? Sinto que me falta querer reviver. Sinto dificuldades  em adaptar-me a esta minha desastrosa vida. Sinto-me exageradamente mergulhado na derrota. Sinto-me cansado. Sinto-me morrer nas batidas fortes do meu coração.