sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Eu achei... Eu achei...




Ridículo, isto é ridículo. Eu achei que não era real, que não estava acontecer, não podia acontecer. Achei que não era minimamente grave, que era passageiro, que era normal, que estava tudo dentro da normalidade. Achei que estava protegido, achei que estava abrigado, achei que estava seguro e saudável. Eu achei...
Não é o meu momento, nem tenho a minha previsão. Chama-se presente e realidade, significado de cada atitude. Não vale de nada fingir que não é verdade, ou tentar fintar o que está acontecer. Não diminuirá a dor. A chama não está apagada, a vela desapareceu. Escondida em algures por aí, talvez mais perto do que o que os meus olhos atingem. Sou conduzido por essa chama que não existe, conselhos, e por mim próprio pela forma que vou à guerra. Faço-me forte e respeito o meu ser. Luto contra o que de mal tenho, e fujo até ao que ocupar o pensamento. Um brinquedo ou uma tarefa, não importa, desde que me desmaie por o tempo que seja capaz. Uma preocupação arrasta outra, um problema aumenta a gravidade do outro... Vento arrasta o ar, as ondas arrastam a água, e a realidade arrasta-me até ao nada. Porquê eu? Porquê tão cedo?
Estou a perder o meu próprio amor, estou a perder as minhas vontades, os meus desejos, os meus objectivos, estou a perder as minhas capacidades. Quando tencionas devolver tudo o que me pertence e deixar-me viver? Tu sim, vida. Perdi a beleza do céu e a noção do chão. Perdi o que de melhor tinha e fui cegado. Pedi uma transformação, uma atitude e sorte, e o que consegui encontrar foi sempre mais um pedaço a desistir de mim. Pedaços desfazem-se em pedaços, e esses pedaços puxam outros pedaços. Às vezes a luz força-te a fechar os olhos. Às vezes a dificuldade visual força-te a chegar mais perto. Às vezes a vida força-te a perceber que há diferença entre a tristeza e o não conseguir aguentar o teu próprio estado. A vida força-te sempre a alguma coisa, e quando não tens escolhas, complicou. Era mais fácil de entender se soubesse do que falo, do que sinto... Se não fosse imaginação e conseguisse falar sem ter de virar costas. Se fosse capaz de me cuidar e saber o que dizer. Se fosse capaz de aceitar-me e aguentar-me. Se fosse capaz de puxar o tempo até mim e ir com ele até ao que me pertence. Eu achei que era capaz de te proteger, de me proteger. Eu achei...

6 comentários:

  1. esta música arrepia-me e faz-me triste, é muito triste e também me deixa triste perceber que nem tu estás a tentar lutar por ti. é que, apesar de poderes estar num caminho feio, de dor.. tu podes sair dele e, por mais que alguém te agarre ou te empurre, se tu não quiseres permanecer lá, a tua falta de força vai levar-te de novo ao caminho mau. porque a vida é tão bonita miguel! espero que um dia percebas, tal como o eu... o quanto a vida é bonita e que os problemas não são nada mais que batalhas e que a tua felicidade, um dia, ditará a tua vitória. então não desanimes, porque haverá sempre algo por que viver... e eu vou estar deste lado a ver-te, a acreditar que te verei num bom caminho , no caminho certo!! beijo cheio de força como um vulcão

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    1. Obrigado por todas as palavras, por todos os conselhos... Por tudo, obrigado! Espero um dia vir-te responder mais alto a este comentário!

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  2. Neste blogue eu leio-me. é incrivel como escreves o que eu nao consigo escrever. fantastico texto. um dia, o sentimento e a força muda, acreditemos.
    beijo

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    1. Acreditemos que o mundo lá fora é muito mais forte do que qualquer sofrimento.
      Obrigado, e passo-te todo essa força e coragem para ti também.
      Beijo

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    2. O problema é a pessoa não entender ?

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    3. Por vezes sim, o problema é a pessoa não entender ou não querer sequer entender!

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