domingo, 29 de julho de 2018

Desalento

Muito novo, possivelmente muito imaturo para perceber que tive oportunidade de dançar no passado e o passado é a oportunidade de dançar no futuro. Aliás, demais até para não chegar a ter pressa de viver, de não sentir ansiedade que uma hora se transforme em meia, de não desejar que todas as horas sejam curtas ao ponto de voarem mais alto que a realidade e as recordações. Imaturo para perceber que a rotina não pode ser julgada constantemente, não pode ser uma caixa com um laço, nem a água ideal onde todos queremos nadar, não, não pode... Em parte, é medo de perder o que nunca encontrei, medo de sustentar uma desprotecção uma vida inteira, medo do que sou, no fundo... De não ser precisamente isso, imaturo! É dramático em demasia ser um livro escrito de uma forma extremamente difícil de descodificar, baseado numa onda de palavras a provar a forma como vivo, desalentado, confuso e transparente a olho atento. E folheia se assim cada página, sobre uma vida inteira a tentar mudar o desalento e a desorientação, pois cada condenação é como um castigo que fica por cumprir.

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